Conheça 6 mulheres que transformaram a educação

31 de março de 2022

Com papel fundamental, elas enfrentaram limitações como sexismo, preconceito e violência, tornando-se referências no Brasil e no mundo.

Encerrando o mês de homenagem às mulheres, reunimos neste post um pouco da trajetória inspiradora e marcante de Antonieta de Barros, Débora Seabra, Maria Montessori, Malala Yousazfai, Dorina Nowill e Mariazinha Fusari. 

Elas enfrentaram grandes desafios para romper limitações impostas ao fazer educacional de suas épocas.

Assim como nossas homenageadas já conhecidas, muitas mulheres provam que a presença feminina ocupa lugares diversos, amplos e significativos na construção de uma sociedade melhor a partir de diferentes vias da educação.  

De acordo com dados da Sinopse Estatística da Educação Básica 2021, as mulheres representam 79,28% da docência no ensino básico nacional. 

Esse percentual é ainda mais elevado na educação infantil: mulheres representam 97,26% do corpo docente em creches e 94,42% nas pré-escolas. 

No entanto, na educação superior, onde se concentram os melhores salários, o número reduz consideravelmente: professoras representam apenas 46,81% da docência. Os dados são da Sinopse Estatística do Ensino Superior 2020, o mais recente dado divulgado até agora.

É nesse cenário histórico e estrutural de disparidades, que grandes mulheres enfrentaram e ainda enfrentam desafios para construir novos caminhos da educação, olhando para a inclusão, a acessibilidade, os direitos humanos e a transformação social.

Conheça mais sobre a trajetória das representantes que escolhemos para homenagear:

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Antonieta de Barros

Jornalista, professora e política brasileira, Antonieta foi uma das primeiras mulheres eleitas no Brasil e a primeira negra brasileira a assumir um mandato popular. Tendo contribuído no parlamento, na imprensa e no magistério, foi uma ativa defensora da emancipação feminina e de uma educação de qualidade para todos, sendo ela quem criou o Dia do Professor – comemorado todo 15 de outubro.

Honesta, enérgica e humana, era respeitada e admirada por seu espírito de justiça. Tinha voz numa época em que as mulheres eram silenciadas.

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Débora Seabra

É a primeira professora com síndrome de Down no Brasil. Ela, que na época do curso de magistério fez greve para não entrar na sala de aula enquanto não fosse aceita como igual, rompeu o preconceito lutando e mostrando o poder da inclusão. 

A professora já rodou o Brasil e foi a outros países, como Argentina e Portugal, para dar palestras sobre o combate ao preconceito na sala de aula. Em 2013, lançou seu primeiro livro “Débora Conta Histórias”, recheado de fábulas infantis que tratam de forma sutil a tolerância, respeito e amizade. Em 2014 discursou nos Estados Unidos, em um evento na Organização das Nações Unidas (ONU). 

Em 2015, Debora Seabra ganhou o Prêmio Darcy Ribeiro de Educação, sendo a primeira pessoa com síndrome de Down a receber essa honraria. Já nas Paralimpíadas Rio 2016, ela foi a escolhida para a condução da tocha Olímpica. 

A professora também já recebeu a Medalha Tiradentes, maior honraria da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (ALERJ), e o Prêmio CLAUDIA na categoria Trabalho Social. Em 2019, a Turma da Mônica a homenageou no projeto Donas da Rua.

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Maria Montessori

Foi uma educadora, médica e pedagoga. É conhecida pelo método educativo que desenvolveu e que ainda é usado hoje em escolas públicas e privadas.

Destacou a importância da liberdade, da atividade e do estímulo para o desenvolvimento físico e mental das crianças. Foi representante do movimento da Educação Nova, conseguindo desenvolver suas teorias de modo amplo e abrangente. Seu método pedagógico foi implementado considerando a criança, o ambiente e o educador, tendo como foco a educação sensorial – a base da educação intelectual.

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Malala Yousazfai

Militante dos direitos das crianças, a jovem paquistanesa foi vítima de um atentado por defender o direito das meninas de ir à escola. Com 17 anos, foi a mais jovem ganhadora do Prêmio Nobel da Paz.

Malala se tornou mundialmente conhecida em 2012, quando foi baleada na cabeça por radicais do Talibã na saída da escola. Ela estava no ônibus escolar e a motivação foi a luta da garota pelo direito à educação das meninas e adolescentes do Paquistão. 

Em 2013, quando comemorou 16 anos, Malala foi para Nova Iorque, onde falou para uma plateia de representantes de mais de 100 países na Assembleia de Jovens das Nações Unidas. Ainda neste ano, sua história foi publicada na autobiografia “Eu Sou Malala”. 

Ela também criou um fundo para promover a educação para meninas no Paquistão, e recebeu o Prêmio Sakharov, dado pelo Parlamento Europeu. Em 2014 recebeu o Prêmio Nobel da Paz, tornando-se a mais jovem ganhadora da premiação. Em 2020, com 22 anos, concluiu a faculdade de Filosofia Política e Economia, pela Universidade de Oxford.

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Dorina Nowill

Foi uma educadora, filantropa e administradora brasileira. Educadora de formação, Dorina trabalhou intensamente para a criação e implantação de instituições, leis e campanhas em prol dos deficientes visuais, sendo reconhecida e premiada diversas vezes pelo seu trabalho.

Dorina ficou cega aos 17 anos em virtude de uma infecção ocular. A cegueira, contudo, não a impediu de seguir carreira na área da educação. Concentrou seus esforços na fundação da primeira imprensa Braille de grande porte no Brasil. Também se voltou à regulamentação da educação para cegos. 

Na Secretaria de Educação de São Paulo, foi responsável pela criação do Departamento de Educação Especial para Cegos, e em 1961, graças a seu empenho, o direito à educação ao cego virou lei. Em 1981, ano Internacional da Pessoa Deficiente, ela foi convidada e falou na Assembleia Geral das Nações Unidas, como representante brasileira. Em 2009, Dorina foi considerada pela Revista Época um dos 100 brasileiros mais influentes do ano.

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Mariazinha Fusari

Foi arte-educadora, co-fundadora do Núcleo de Comunicação e Educação (NCE) da Universidade de São Paulo (USP). Por meio de seus projetos de pesquisa no campo da relação entre mídia e infância, colaborou para a ampliação do diálogo entre os campos de conhecimento da comunicação e da educação. 

Hoje, Fusari é considerada um dos principais nomes da educomunicação no Brasil.

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